E o tempo passa. Ao longo de 11 anos escrevemos nossa
história no Colégio Militar do Corpo de Bombeiros, passamos por alegrias, por
dificuldades, por sorrisos e principalmente por um processo significativo na
nossa vida. Isso não significa que essa vida acaba no Terceiro Ano do Ensino
Médio, mas sim que o primeiro passo para a autorrealização foi dado. Dói ao
saber que não teremos mais a rotina que nos era exigida. Alguns podem até dizer
que enfim estão livres das formaturas matinais, dos 7 de Setembro etc, mas
tenho certeza que isso também fará falta, assim como afirmo que sempre que
virem alguém em forma, lembrarão dos tempos em que aquilo era uma obrigação e
aquela vontade de fazer parte do pelotão será tão forte que gritaremos ao
mundo: Eu fiz parte disso!
O primeiro dia no colégio todo mundo lembra! Aquele muro
vermelho que trazia um ar de responsabilidade e provocava certo medo do regime.
Ao entrarmos, percebemos que estávamos em outro mundo e que ali tudo seria diferente
do que nós, calouros, conhecíamos. Aquela farda: Calça jeans e camisa branca.
Ninguém gostava dela, mas não pela sua beleza, mas sim porque sonhávamos com
aquele uniforme de Trânsito e aquela boina. Aquela farda que aumentaria o nosso
ego e nos tornaria mais belos.
Aos poucos fomos conhecendo nossos amigos, criando um
vínculo e que, até hoje, com alguns perdura. Corremos pelo pátio, trocamos
lápis-de-cor, nos apaixonamos por coleguinhas de sala e crescemos. Brincamos um
pouco mais, conhecemos um pouco mais da vida, passamos por alguns professores,
Fizemos parte do Projeto Botinho, fomos até a sala da Tia Ilca (Cá pra nós,
sempre dava medo ir à sala dela). Trocamos merenda, furamos fila, frequentamos
a aula de Multimeios, mechemos no paint no laboratório de informática e
crescemos. Em um pulo... Estávamos no Fundamental 2.
E a 5° série chegava e a nossa estadia chegava pouco a pouco
mais perto do fim. Tivemos o Primeiro 5° tempo, coisa que ninguém gostou.
Nossos professores, naquele momento, eram muitos e isso era muito legal. Fomos
apresentados à Física, à Química e à Biologia e ali, percebemos o quanto elas
eram difíceis. Passamos a ser perguntados nas ruas quando seria o próximo
concurso e, mesmo sem saber a resposta, aquilo provocava uma felicidade interior.
Vimos vários amigos deixando o colégio, quer seja por reprovação ou por ironia
do destino, e aquilo doía também, em contrapartida, amigos foram chegando e
preenchendo esse vazio. A ordem
aumentava e continuávamos a entrar em forma todos os dias. A amizade ia
crescendo e passamos a sentir saudade da infância. Em um piscar de olhos...
Estávamos no Ensino Médio.
Três anos que mais pareceram um só, o tempo passou com uma
volatilidade tamanha. Celebramos a amizade mais do que nunca e conhecemos,
realmente, nossos amigos. E os amamos desse jeito. Vimos que o passado estava
longe e que ser adulto estava mais próximo do que esperávamos. Passamos por
problemas, brigas, discussões e até por inimizades, mas percebemos que todas as
dificuldades que tivemos até então eram mínimas quando comparadas às que
teremos e que se tornariam menores ainda caso contássemos com o apoio de nossos
amigos. Professores deixaram de ser simplesmente educadores e passaram a ser,
muitas vezes, nossos amigos também. Conhecemos um cara que luta pelo nosso
ideal, o nosso monitor. Aprendemos a ser
extremamente competitivos, a ganhar batalhas e a pensar em um caminho para
seguir. Até pouco tempo éramos simples adolescentes ingênuos cujas preocupações
eram apenas passar de ano e preparar a tarefa para a próxima aula, hoje em dia
isso vai além do nosso próprio entendimento.
Seria bom se não tivéssemos de dizer adeus, mas o fim da
nossa estadia em um dos locais que mais amamos se faz presente. Espero que cada
um leve consigo uma mala singela repleta não só do aprendizado acadêmico, mas
também de uma vida, VIVIDA lá dentro, nesse mundo de poucas pessoas e de vários
corações. Nesse NOSSO mundo, o que construímos e o qual lembraremos sempre que
pensarmos em algo reconfortante. Espero que consigamos preservar o que
arrecadamos nesses 11 anos, e que quando nos reencontrarmos, façamos desse dia
uma válvula de escape para o passado e que isso nos faça feliz como nunca fez.
E aqui fica: um sorriso por todos os amigos que fizemos, uma lágrima
por todas as batalhas que juntos vencemos e um brinde a tudo que ainda temos
para viver. Então... Bebei amigos, Yo-ho!
Carlos Eduardo Pereira Freitas, Amanda Alcântara, Michelangelo Lima e Cindy Damasceno.
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