sábado, 18 de maio de 2013

Sou como uma árvore no outono


Sou como uma árvore no outono.
Cada folha caída, um romance que pensei suster.
Ainda tenho várias. Várias.
O verde ainda embala cada parte do meu corpo.
O amarelo vem. Aos poucos vou perdendo minha esperança, meu verde.
Ó, outono de minha vida, por que existes?
Deixe-me em paz! Já disse que não te quero próximo!
Quero meu verde de volta! Devolva-me!
Já disse, Outono, não te quero!
Não leve embora quem chegou há pouco.
Deixe que passe por ele minha seiva.
Deixe-me dizer quem sou!
Deixe-me mostrar o que faço!
Minha seiva: vida. Não haverá desperdício. 
Vá embora!
Não insista em ficar, preciso dos meus amores.
E não vai ser uma mera estação que os levará de mim!
Vá! Leve teu coração amarelo.
Enquanto isso, verde eu fico
E ficam verdes meus romances
E juntos viveremos até tu voltares;
E quando voltares, te pintaremos de anil
Para que tu possas, quem sabe, ser
O céu da nossa vida.

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